Ciclo da Reciclagem: você está dentro?

No ciclo da reciclagem tudo se aproveita: até os sacos para lixo podem ser reciclados

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Foto: Site Tem SustentávelEm um país de contradições, o cenário ou ciclo da reciclagem não surpreende. De um lado, o Brasil gera 79 milhões de toneladas de lixo por ano e recicla apenas 3% desse total – quanto tem potencial para chegar a até 30%*. De outro, é recordista na reciclagem de latas de alumínio desde 2001, chegando a processar quase 98% das latinhas usadas e ficando à frente de mercados como Estados Unidos e Japão**. A diferença entre um e outro está na adesão à Política Nacional de Resíduos Sólidos e à Logística Reversa estruturada, envolvendo a indústria, distribuidores, varejo e consumidores. Ao integrar todos os participantes dessa cadeia, surgem novas possibilidades e soluções, onde até mesmo os sacos para lixo podem ser reciclados.

“As empresas e consumidores têm papel fundamental nesse ciclo da reciclagem, mas com algumas mudanças de hábitos e redirecionamento dos investimentos, é possível colaborar para mudar o quadro atual para melhor”, destaca Rafael Costa, diretor comercial da Embalixo, empresa brasileira especializada em sacos para lixo e que, com tecnologia e inovação, conseguiu tornar toda a sua linha de produtos 100% reciclável desde 2017. O executivo explica que, quando feita da forma correta, a reciclagem dos sacos para lixo abrange três etapas: a coleta e separação – onde é realizada a separação dos resíduos orgânicos do saco plástico; a revalorização, momento em que o saco plástico já separado é processado para voltar a se tornar matéria-prima; e a transformação, fase final em que o material processado gera um novo produto, completando o ciclo.

O diretor da Embalixo acrescenta que também é possível optar por três diferentes tipos de reciclagem dos sacos para lixo, com resultados e produtos distintos. “O primeiro é a reciclagem mecânica, que consiste em transformar os sacos em pequenos grânulos, que podem ser utilizados na produção de novos materiais, como sacos de lixo, embalagens, peças de automóveis”, esclarece Rafael Costa. “Já a reciclagem química é mais elaborada, reprocessando os sacos plásticos em materiais petroquímicos básicos”, acrescenta. “Por fim, a reciclagem energética resulta em energia térmica e elétrica, através da incineração dos sacos plásticos”.

Rafael Costa ressalta que, especialmente do ponto de vista das empresas, aderir de fato ao ciclo da reciclagem vai além da Logística Reversa, que a Embalixo já adota e que há dois anos envolve um contrato com o selo Eureciclo para compensação ambiental. “É preciso revisar os processos todos em conjunto, por exemplo, não geramos nenhum resíduo na nossa produção, todas as aparas – que são o resto das bobinas de sacos para lixo – são reaproveitadas, voltando à extrusão para virar produto”, aponta o diretor. “No escritório, fazemos a separação do lixo e campanhas de incentivo para a redução de uso de papeis, copos plásticos e desperdício de comida no refeitório, entre outros”.

O executivo acredita que há medidas imediatas que todos os participantes da cadeia podem adotar. “No caso do consumidor, ele pode começar a separar seu lixo orgânico do lixo reciclável no dia a dia, para que um não contamine o outro e inviabilize a reciclagem”, indica. “Em outra ponta, os fabricantes de produtos precisam perseguir essa meta de ter como padrão processos de uso e reaproveitamento de todos os resíduos que geram, realizando ainda projetos e ações de incentivo a essa transformação de mentalidade a favor do meio ambiente”, finaliza o executivo.

Confira as principais etapas do ciclo de reciclagem dos resíduos sólidos

  1. Identificação – o primeiro passo já começa antes de os resíduos serem levados para a coleta seletiva. Eles precisam ser identificados conforme o tipo de material e destinação.
  2. Separação – na segunda parte da tarefa, os catadores vão selecionar os resíduos identificados que têm potencial para reciclagem e que pertencem a um mesmo tipo.
  3. Descontaminação – esse processo de limpeza de resíduos é realizado por meio de máquinas especializadas que, em sua maioria, são produzidas nas universidades no desenvolvimento de projetos experimentais de tecnologia de descontaminação. É nesta etapa em que uma garrafa de refrigerante, por exemplo, perde o cheiro característico, e as embalagens são totalmente desassociadas ao seu conteúdo anterior.
  4. Fornecimento – Nesta fase, os representantes das recicladoras pesquisam as demandas de produtos reciclados e potenciais compradores.

Obs.: (*) Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe);  (**) Associação Brasileira do Alumínio (ABAL) e Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alumínio (Abralatas).

Fonte: Novità Comunicação Estratégica

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